terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Parque Natural monitoriza ‘nascimento’ de nova fajã no Corvo


A evolução da derrocada ocorrida no final de outubro na costa noroeste do Corvo está a ser seguida pelo Parque Natural da mais pequena ilha dos Açores, onde o processo natural que transformou os ilhéus iniciais em península continua a avançar e, aparentemente, irá resultar numa pequena fajã com lagoa.

“Depois da formação de uns ilhéus, as cerca de 150 mil toneladas de material geológico formaram uma península devido ao transporte de material. Posteriormente, a estrutura evoluiu para uma forma mais arqueada, semelhante a uma ferradura, sendo que o arco externo parece estar a evoluir em direção a terra”, salientou o Diretor Regional dos Assuntos do Mar, Frederico Cardigos.

Este progresso, acrescentou Frederico Cardigos, é “de certa forma inesperado” e “parece tender para a acumulação de material junto a terra, formando uma pequena fajã".

Nesse sentido,  "o movimento do arco externo, que já forma uma baía aguda, aparenta vir a poder delimitar no futuro uma lagoa”.

O Diretor Regional dos Assuntos do Mar alertou que ainda “é cedo para afirmar perentoriamente o que irá suceder de seguida”, mas admitiu que “a evolução parece ser consentânea com o aparecimento de uma paisagem parecida com locais como a Fajã dos Cúbres ou de Santo Cristo (na ilha de S. Jorge), embora com uma dimensão bastante menor.”

“Inicialmente, o cenário evolutivo que se considerava mais provável, ou seja, o simples desaparecimento dos ilhéus, ainda não se verificou, sendo este um processo muito interessante de acompanhar”, concluiu.

O Parque Natural da Ilha do Corvo, aproveitando as condições meteorológicas favoráveis ocorridas no final da semana passada, promoveu também uma intensa atividade ambiental, que incluiu a plantação de espécies endémicas.

Esta iniciativa, denominada "Um corvino, uma planta endémica", integrada nas atividades do Parque Aberto para comemorar o Dia Mundial das Plantas Autóctones, contou com a participação do Corpo Nacional de Escutas – Agrupamento 1181 do Corvo e registou a adesão de vários populares.

No total, cerca de três dezenas de pessoas plantaram centenas de plantas naturais dos Açores, numa ação que também serviu para sensibilizar a comunidade corvina para a utilização de espécies endémicas em detrimento de exóticas.




GaCS

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